MP e polícia do Rio Grande do Sul pediram prisão preventiva do motorista.
'Ele tem todos os requisitos para responder em liberdade', diz advogado.
"Se alguém que atropela as pessoas da forma como ele fez, pelas costas e por motivo fútil, não representa um risco para a sociedade, não sei então o que pode oferecer risco à população". É assim que o promotor Eugênio Amorim, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, defende o pedido de prisão preventiva do motorista suspeito de atropelar mais de dez ciclistas, na capital gaúcha, na sexta-feira (25). O pedido foi feito à Justiça, na segunda-feira (28), pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Segundo o MP, o pedido, protocolado no plantão judiciário do Fórum Central de Porto Alegre pelos promotores Eugênio Amorim e Lúcia Callegari, destaca que houve tentativa de homicídio qualificado, por ter sido por motivo fútil e por recurso que dificultou a defesa das vítimas.
"O histórico do motorista nos dá segurança para afirmar que ele representa um risco para a sociedade. Há registros de multas por dirigir na contramão, sobre a calçada e também casos de agressividade. Além disso, o Ministério Público tem uma posição de atitude. Esse é um caso inusitado, de tentativa de homicídio duplamente qualificado, em que há uma agressão por motivo fútil, com o automóvel, contra pessoas que protestavam justamente pela humanização do trânsito", afirma Amorim ao G1.
No pedido, segundo o Ministério Público, são citadas multas de trânsito atribuídas ao motorista por excesso de velocidade, trânsito na calçada, na contramão, em marcha a ré e por conversão proibida. O suspeito também responde a três processos por ameaça e agressão física, segundo o MP.
Já para o advogado Luís Fernando Coimbra Albino, que representa o suspeito, ele preenche todos os requisitos necessários para responder ao processo em liberdade. "Ele não tem nenhum antecedente criminal, ou condenação, tem emprego fixo e todos os requisitos necessários para ter o direito a responder em liberdade. Já expressamos que ele estava em fuga para salvar sua vida e a de seu filho, então estamos agora preparando recursos para a manutenção do cliente em liberdade", diz Albino.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), os pedidos de prisão preventiva do suspeito foram distribuídos na manhã desta terça-feira (1º) à 1ª Vara do Júri de Porto Alegre. A juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels, do 2º Juizado, analisará os pedidos.
Atropelamento
O atropelamento ocorreu na sexta-feira, na esquina das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso, em Porto Alegre. Nove pessoas foram levadas ao Hospital de Pronto Socorro da cidade. Todas foram liberadas sem ferimentos graves, segundo o hospital. O motorista teria fugido do local sem prestar socorro, segundo testemunhas. Inconformados, os ciclistas chegaram a fechar a avenida.
Mais de 100 ciclistas participavam do evento promovido pelo movimento Massa Crítica, quando um carro entrou no meio do comboio derrubando dezenas de participantes. Para o grupo, que publicou em seu blog vídeos com depoimento dos ciclistas e imagens das bicicletas destruídas, o atropelamento foi considerado um crime e não um acidente.
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